Saturday, February 24, 2007

SÉRIE: OS 20 LUGARES MAIS REMOTOS DO PLANETA. CAPÍTULO II – ILHA ROBINSON CRUSOÉ/CHILE




No tempo das grandes batalhas marítimas, dos piratas, corsários e tesouros, não convinha ir contra a autoridade do capitão de um navio. O aventureiro Alexander Selkirk descobriu isso da pior maneira. Em 1704, o capitão do galeão pirata inglês Cinque Ports, Thomas Stradling, vingou-se do insolente corsário escocês que tanto o importunara durante boa parte da viagem, abandonando-o numa ilha deserta no Pacífico Sul. Nos quatro anos em que viveu isolado, Selkirk foi obrigado a sobreviver às custas da natureza e de sua própria engenhosidade. Conseguiu. Em 31 de janeiro de 1709, foi resgatado e levado de volta ao mundo civilizado. A história correu mundo, inspirando, entre outros, o inglês Daniel Defoe (1660-1731) que, em 1719, lançou o clássico Robinson Crusoe – romance sobre um marinheiro que, após naufragar no Pacífico, viveu 28 anos numa ilha selvagem, tendo como companheiro seu fiel escudeiro Sexta-Feira, um nativo que o salvou dos canibais.

Juan Fernandez é um arquipélago composto por três ilhas: Ilha Santa Clara, Ilha Alexander Selkirk e Ilha Robinson Crusoé, que é a única habitada do arquipélago e possui aproximadamente 600 habitantes, a maioria nativos; os demais vieram do continente chileno. Na ilha os que não são funcionários públicos são pescadores.A ilha, é uma região montanhosa, de origem vulcânica, cuja maior parte do terreno não se tem acesso. Há um pequeno pedaço de terra semiplano onde está localizado o povoado de Juan Batista. No outro extremo da ilha há uma parte de terra plana de aproximadamente 1000 metros de comprimento onde aterrisam aviões bimotores que só vem à ilha segundo as condições climáticas.O clima na ilha é frio durante todo o ano e no inverno é mais rigoroso devido às chuvas constantes e ventos fortes, o que a torna muito úmida e gelada e com muito barro pelo caminho.

A caverna em que Selkirk teria vivido, por exemplo, ainda é motivo de polêmica, mas a história mais comum é de que tenha passado a maior parte de sua estada em uma outra caverna à beira-mar, na baía chamada de Puerto Inglés. Praticamente todos os dias, o navegante ia até um dos pontos mais altos da ilha, hoje o Mirante Alexander Selkirk, a mais de 800 metros de altura, ver no horizonte se havia alguma embarcação a caminho. A subida do morro dura cerca de uma hora e meia.

A possível descoberta de um enorme tesouro enterrado por piratas na ilha chilena de Robinson Crusoé, no início do século XVIII causou fervor entre os habitantes. Só se sabe que o tesouro, avaliado inicialmente em cerca de 10 bilhões de dólares, estaria nos arredores da região denominada "Tres Puntas", de acordo com as coordenadas fornecidas pelo moderno robô que realizou a façanha. O tesouro, segundo conta a lenda, foi levado até o litoral chileno pelos corsários que cruzaram o Pacífico, e o navegador espanhol Juan Esteban Ubilla y Echeverría o escondeu na ilha em 1715. Ainda de acordo com a lenda, as jóias e moedas de ouro foram desenterradas e escondidas em outra região da ilha pelo marinheiro inglês Cornelius Webb, sem que até agora ninguém tenha desvendado o mistério.

De Santiago para a Ilha Robinson Crusoe, o vôo é assegurado pela companhia aérea Lassa, e têm duração de 3 horas. Do aeródromo para San Juan Bautista, o traslado (incluído no preço do vôo) é assegurado por um barco que contorna a costa norte da ilha até à baía de Cumberland. Por norma, Pedro Niada, da Endémica Expediciones, encarrega-se de receber em San Juan Bautista e acompanhar os visitantes enviados pela Lassa.

Robinson Crusoé é daqueles lugares talhados para quem já conheceu boa parte do mundo e começa a achar que os destinos turísticos se repetem muito ao explorar sempre os mesmos temas. Nessas horas, uma ilha isolada, com menos de mil habitantes e baixíssimo número de turistas pode vir a calhar. Em 2001 foram registrados pouco mais de 1.500, entre eles cinco brasileiros.

A ilha possui uma paisagem única e é um dos melhores pontos de pesca de lagosta e de mergulho do Pacífico. Quer mais? Então, que tal nadar com lobos marinhos ou descobrir que Robinson Crusoé não é fruto de ficção ?

1 Comments:

Blogger Tatiana said...

Exalto-me...
Desconfio das belezas, aventuro-me no conhecido, mas aqui encontrei a confiança do desconhecido, é incrível...
Fui ao Chile, um passeio desenhado e programado por pacote turístico, hoje vendo essa foto e esse texto, percebo que tenho muita coisa pra ver no Chile...
P.S.: Fale algo sobre ilhas Galápagos, gostaria muito...
Grata mais uma vez

6:21 PM  

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