Monday, February 26, 2007

ILHAS GALÁPAGOS, UM MICROCOSMO EVOLUTIVO PARA SER VISITADO E COMPREENDIDO


As Ilhas Galápagos foram descobertas em 1535, pelo bispo do Panamá, Frei Tomás de Berlanga. Existe uma lenda de que as ilhas foram visitadas, primeiramente, pelos viajantes incas, porém não há provas disso. O primeiro morador de Galápagos foi um irlandês chamado Patrick Watkins, abandonado por lá em 1807. Ele passou dois anos plantando vegetais e trocava-os por rum com os visitantes. Em 1809, ele roubou um barco e fugiu para Guayaquil. Piratas usavam as ilhas para se esconderem do controle que os espanhóis mantinham na região, entre os séculos XVI e XVIII. Estocavam água e comiam a carne das tartarugas. O mais famoso visitante da ilha foi o jovem Charles Robert Darwin, a bordo do "Beagle" do capitão Robert Fitz Roy. Darwin visitou somente 4 ilhas, primeiramente San Cristóbal, depois Floreana, Isabela e Santiago, durante o tempo em que permaneceu nessas terras, fez grandes coletas de plantas e animais, assim como observações da vida natural - o que se tornou, mais tarde, as bases da elaboração da Teoria da Evolução.

Os tripulantes da embarcação nem desconfiavam que, depois daquela missão, o pensamento do homem sobre sua própria existência jamais seria o mesmo. O Beagle permaneceu no arquipélago por cinco semanas. Tempo suficiente para que Charles Darwin observasse que, em cada uma das ilhas, os mesmos animais estavam em estágios evolutivos diferentes e apresentavam características distintas. Darwin notou também que havia traços comuns entre animais extintos e outros que ainda estavam vivos. Nos locais por onde passava, descrevia espécies vivas, observava a natureza, relevo e clima. Colecionava pedras, conchas e fragmentos de esqueleto. O naturalista anotava tudo. Suas investigações sobre a fauna e a flora chegaram ao auge em 1859, com a publicação do livro A Origem das Espécies por Seleção Natural. Depois da descoberta e do reconhecimento da autenticidade das pesquisas de Darwin, Galápagos tornou-se um pólo para cientistas interessados em estudar a biodiversidade. Hoje, o arquipélago é tombado pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade. Outro apaixonado pela região é o escritor americano Herman Melville. ‘‘A agudeza de minha memória ou a força de minha imaginação são tais que me pergunto se não sou vítima de uma alucinação quando penso em Galápagos’’, escreveu o autor de Moby Dick depois de uma de suas visitas.

Vale a pena visitar o Charles Darwin Research Station. Este centro de pesquisa e informações conta com uma boa biblioteca. Aqui também se encontra George, uma tartaruga gigante com cerca de 60 anos e pesando 88 Kg, que é, aparentemente, o último exemplar da espécie Pinta. Atualmente, George vive com duas fêmeas que geneticamente assemelham-se a ele, porém até hoje não mostrou nenhum interesse em reproduzir-se e, assim, poder aumentar para quatro o número de tartarugas extintas em Galápagos.

A falta de água doce é total em todas as ilhas, que apresentam solos áridos e secos. Passarinhos pouco tímidos como o "Galápagos Mockingbird" ficam de olho nas garrafas de água carregadas pelos turistas. (Obviamente é proibido dar água aos bichos). Mas nada é mais surpreendente do que poder se aproximar dos animais e conter a tentação de tocá-los. Como eles não se sentem ameaçados e não estranham a presença humana, ficam ali, indiferentes, sem dar a mínima bola para a torcida. Predadores não evoluíram nestas ilhas, e seus habitantes sentem-se seguros. O único problema de visitar o arquipélago de Galápagos é que na volta sempre acham que você está exagerando ao falar de fauna, flora e relevo tão peculiares. Ficam te olhando com uma cara de dúvida, revelando a dificuldade de engolir relatos de pinguins sob sol escaldante, tartarugas gigantes de 300 quilos ou iguanas não menos monstruosas fazendo pose sobre a rocha vulcânica. Nesse caso uma filmadora resolve. Embora os visitantes possam mergulhar com os leões-marinhos, é proibido persegui-los ou fotografá-los com flash. Também não é permitido sair das trilhas demarcadas, se separar dos grupos, andar sem um guia licenciado nem desrespeitar os horários. Não se pode fumar ou comer.

As praias são estreitas e acantiladas, de onde abundam enormes rochas basálticas em forma de bosques de lava negra, produto das erupções vulcânicas e ação do mar sobre a paisagem vulcânica que dá as ilhas formas curiosas. Galápagos é considerada a segunda maior reserva marinha do mundo, atrás apenas da Grande Barreira de Corais, na Austrália
Apesar de estar na linha do Equador, várias correntes marítimas passam por lá o que tornam as paisagens da ilha muito diferentes das de um país tropical abençoado por Deus. A água do mar é gelada, o clima é mais seco e há vulcões para todos os lados, alguns ativos. Em suma, as ilhas Galápagos são a fusão de todos os elementos necessários para criar uma maravilha zoológica.
Basta uma hora e meia de vôo partindo de Quito (capital equatoriana) para se chegar até lá.

Galápagos é um dos raros lugares do mundo onde a natureza, literalmente, ainda se sobrepõe ao homem. Até mesmo no navio, rodeado por turistas do mundo inteiro, não se espante se tiver que mudar a espreguiçadeira de lugar, para fugir da sombra provocada por um pelicano, que resolveu "democratizar" o solário da embarcação.

1 Comments:

Blogger Tatiana said...

Definitivamente...sem palavras.
Eu amo d+ tartarugas, sempre q as vejo me emociono muito (ñ sei explicar), adorei ver um post sobre ilhas Galápagos... minha próxima viagem...
valeu

8:45 AM  

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